A família Vasconcellos e Souza, herdeira da casa dos Condes de Santar e Magalhães, cuja origem remonta ao século XVI, decidiu em 2013 apostar na preservação e valorização do seu património material e imaterial, com um projeto pioneiro em Portugal, no qual fez questão de associar outras casas importantes da Vila de Santar assim como a Misericórdia.
Mantendo uma tradição secular de simbiose entre a casa e o lugar, a Casa dos Condes de Santar e Magalhães reinventa-se, promovendo em simultâneo o desenvolvimento social, cultural e económico da região.
Uma tomada de consciência fez surgir a ideia geradora. Inserida numa região vinhateira, a vila de Santar possui a particularidade única de ser atravessada por terraços de jardins em contínuo: Casa dos Condes de Santar e Magalhães, Casa da Magnólia, Misericórdia, Jardim dos Linhares, Casa Ibérico Nogueira, Casa do Miradouro, Paço dos Cunhas, Casa das Fidalgas e, tanto a montante como a jusante, debruçada sobre jardins de vinhas que marcam fortemente o carácter do lugar. O projecto consistiu em enobrecer e valorizar esta mais ampla singularidade, que se estende urbanisticamente em todos os recantos, deixando-nos descobrir os seus segredos, as suas vistas e os seus encantos. Pretende reforçar o carácter identitário da paisagem e expressar uma narrativa: visitar Santar, vila histórica, através dos seus jardins.
Os princípios atemporais de Fernando Caruncho, bem como a forma serena, quase meditativa com que realça, nas suas conceções, a natureza adormecida dos lugares, tornou-o numa escolha óbvia para ser o “jardineiro”, como ele se gosta de intitular, deste projeto.
O visitante poderá partir à descoberta dos segredos, das vistas, do património edificado, das histórias, das gentes e das tradições de uma das mais antigas e bem preservadas vilas do país através dos seus jardins.
Desfrutem do seu encanto,
José Luis de Vasconcellos e Souza